Tragédia em Mariana: o maior desastre ambiental de todos os tempos é do Brasil
Este é tipo de título que nenhum país fica feliz em levar. Por outro lado, a tragédia em Mariana serviu para conscientizar os governos estaduais e o federal da importância de fiscalizações mais rigorosas nas empresas que prestam esses serviços e das leis e normas que se referem às emergências ambientais.
Depois do acontecido, as outras barragens do estado passaram por fiscalizações e algumas foram encontradas em situações semelhantes à barragem de Mariana. O desfecho, desta vez, foi melhor, pois providências de emergência foram tomadas para que o acidente não se repetisse.
O que são barragens?
Barragens são barreiras artificiais que retêm grandes quantidades de água. A água represada é destinada ao abastecimento de água da população urbana, rural e industrial, além da produção de energia.
A barragem do Fundão, a que foi rompida em Bento Rodrigues, subdistrito situado a 35 km de Mariana, é, entretanto, outro tipo de barragem: a de contenção de rejeitos de mineração. Esse tipo de barragem tem como objetivo conter os resíduos provenientes das atividades de mineração.
A maior preocupação com as barragens de contenção de rejeitos de atividades minerárias é o grande impacto no meio ambiente que produzem.
Como se pode observar todos os dias, os prejuízos econômicos, sociais e o enorme impacto ambiental causados pelo rompimento da barreira do Fundão, fizeram com que se tornasse crítico as observâncias da legislação quanto à instalação, medidas de segurança e operação de barragens desse tipo.
A Samarco
A empresa Samarco é uma mineradora controlada pela fusão entre a Vale S.A. e a empresa anglo-australiana BHP Billiton Brasil Ltda. A barragem do Fundão, cujo controle e responsabilidade são da Samarco, foi construída para acomodar os resíduos oriundos da exploração dos minérios retirados da região.
Os motivos pelo qual a barragem rompeu ainda estão em fase de investigação, porém o resultado foi a morte de ao menos 17 pessoas de Bento Rodrigues e adjacências, além de centenas de desabrigados.
A Bacia do Rio Doce foi declarada de difícil recuperação e houve o agravamento na crise no abastecimento de água de todos os municípios que fazem parte do Vale do Rio Doce.
O impacto ambiental
De acordo com uma nota oficial divulgada pelo IBAMA, aproximadamente 50 milhões de metros cúbicos de lama foram espalhados pelos distritos próximos à Bento Rodrigues. Na verdade, até o litoral do Espírito Santo chegou a ficar em estado de alerta por causa da contaminação da lama com os detritos de minérios.
Essa quantidade inimaginável de lama devastou a fauna, a flora e toda a infraestrutura dos lugares por onde passou e o estado de Minas Gerais tem, à sua frente, um longo caminho até sua recuperação total, se esta ainda for uma opção.
Como lidar com tamanha emergência ambiental?
Obviamente nenhuma barragem é construída sob a premissa de um acidente ambiental. Mesmo assim, 95 das barragens de Minas Gerais não passavam por supervisão.
Mesmo que tenham sido construídas obedecendo a cada vírgula da legislação, órgão nenhum é capaz de atestar a resistência de uma estrutura dessas sem os devidos testes e supervisões periódicas. O risco de uma tragédia semelhante acontecer é muito grande.
Além dos procedimentos corriqueiros de fiscalização, manter uma equipe multidisciplinar para lidar com emergências ambientais é de vital importância.
Saiba mais sobre os projetos de recuperação de áreas degradadas e a importância do monitoramento de áreas de risco.
O conhecimento das classes de resíduos, bem como seus manuseios, separação dos detritos por meio de decanter centrífugo, modos de armazenamento e seus respectivos aterros para descarte fazem parte do cuidado do meio ambiente e da proteção da comunidade, sua fauna e flora.